A SEITA do Mercado de Seguros
A palavra Seita é derivada de Sectário, que significa separado, em parte, com visão restrita, com ponto de vista localizado, partido, que não enxerga o todo, somente parte....
Não é a toa que temos Seitas religiosas (conhecidas como fanáticas, pois só enxergam aquilo que lhes convém) Seitas esportivas, Seitas Bancárias, Seitas trabalhistas, Seitas no Campo, e porque não, Seitas dentro do mercado segurador !
Vejamos: Os Seguradores de hoje, levando-se em conta é claro o respectivo grau de evolução espiritual e intelectual de cada um, foi conduzido a ver o mundo na visão puramente “modernista”, de uma vítima que um belo dia falou: Temos que matar um leão por dia.... Vale tudo para matarmos o Leão....ajudado ainda pela era da informática, contribuiu para levar o mundo no que vemos hoje : verticalização, concentração, injustiças e consequentemente e naturalmente, aumento da violência.
Esta atual comunidade de Seguradores que formam uma verdadeira Seita, fanática por ganhar dinheiro custe o que custar, sem estar comprometida com o equilíbrio do mercado em que vive, que não consegue visar o crescimento e aperfeiçoamento do setor, acaba por enxergá-lo de forma imediatista, colonialista e sem perspectiva de futuro (eles abaixam a cabeça e vão trabalhando até onde der....).
Temos que considerar também: O que ocorre com a Seita do mercado de seguros, também ocorre com as Seitas dos outros setores, o problema é geral, mas temos que fazer alguma coisa...
Devemos forçar uma discussão de futuro, estabelecer metas para onde queremos chegar, como o mercado deve estar daqui a 10 anos....O que podemos fazer hoje para termos um mercado sadio amanhã, Brasileiro, e sólido.
Temos exemplos desastrosos do efeito da verticalização nos países desenvolvidos, exemplos vivos à nossa disposição para estudo e comparação. No entanto, nossos seguradores bem como muitos da nossa classe não têm a “vontade” de levantar a cabeça e tentar enxergar alguns metros adiante em nosso futuro, insistindo no mesmo modelo que aprenderam e se apegaram e não sabem fazer ou pensar de outra forma.
“Uma vez me chamaram de pensar de forma antiga... Eu que pergunto: Aquele que é capaz de realinhar suas ações e pensamentos a uma nova realidade, não é moderno?”
O que é um mercado sadio? O que realmente irá fazer a diferença para que o consumidor tenha uma prestação de serviço de primeira? O que é necessário para difundirmos o seguro com técnica, baixo custo e eficácia?
Duvido que a maioria dos atuais Seguradores, bem como muitos em nossa classe, possam dar respostas devidamente fundamentadas....Somente sabem falar que “são contra...ou a favor” mas não sabem “de que” ou “justificar” uma resposta.
Minha maior preocupação hoje é a de que o assunto sobre a atual comercialização do seguro, não tem dominado as discussões e as ações da classe. Não está claro o interesse dessa discussão no grau que o assunto merece, seja nos Sindicatos, seja na FENACOR, na medida em que as Seguradoras aumentam as distorções comerciais entre os canais de distribuição de seguro (Bancos, Concessionárias, Corretores e Grandes Corretores).
Não vejo atitudes condizentes com o problema....
Quem tinha que falar não fala e quem tinha que fazer não faz!
Não vamos cobrar de quem não tem condições para fazê-lo, porém, sabemos que existem pessoas com condições para isso e, no entanto se omitem, daí a minha indignação....
Vamos REAGIR. Acho que essa é a melhor palavra no momento para o Mercado de Seguros do Brasil.... Afinal, o modelo fracassado dos outros países não interessa para a maioria dos Corretores de Seguros, para os donos das Seguradoras, para os acionistas das Seguradoras e para o CLIENTE, não é? (se observarem teve gente que não foi mencionada.....).
Ricardo Labatut
Corretor de Seguros